Thermae Romae

E quem disse que um anime feito em flash não pode ser divertido e sim, bom?

Como dito aqui neste blog, a famosa e premiada série de Mari Yamazaki conta a história de Lucius, construtor de casas de banho na Roma antiga que em um deus ex machina bolado de forma sensacional acaba conseguindo aleatoriamente ser transportado no tempo e no espaço desses lugares de banho existentes há dois milênios atrás para variados equivalentes existentes no Japão moderno [e vice-versa] – sendo que ali ele aprenderá, de forma cômica, diversos fatos da cultura japonesa através do aspecto das casas de banho presentes naquele país.

O que em uma primeira camada parece ser apenas um relato cômico e criativo sobre as diferenças entre as culturas de banho romana e japonesa [e claro, o elemento sempre atemporal do choque de civilizações experimentado por qualquer viajante do tempo na ficção] também pode ser analisado aqui como também algo um pouco maior do que isso: Thermae Romae, consegue, nunca deixando de lado a comicidade, também uma maneira de pensarmos um pouco nas vantagens da sociedade moderna ao compará-la com uma época no qual tudo era diferente – e sobretudo mais difícil.

Mas enquanto o manga acaba tendo um tom mais sério, o anime vai para um tom que acaba sendo bem caricato – cortesia de diversas escolhas do diretor Azuma Tani e da equipe do estúdio de animação em Flash DLE Inc. [Haiyoru! Nyaruani: Remember My Mr. Lovecraft, Honto ni Atta! Reibai-Sensei] ao longo de seus seis episódios com em média dez minutos de duração cada [e exibidos em três semanas consecutivas pelo bloco de programação noitaminA como aquecimento tanto para a estreia de um filme live-action baseado no manga em Abril/2012 como para BLACK ROCK SHOOTER e seus oito episódios transmitidos a partir de Fevereiro/2012].

Alguns talvez possam criticar esta mudança de feeling que acabou gerando uma obra caricata e que acaba apelando um pouco demais para o riso barato de uma situação claramente exagerada em vez da sensibilidade ao resolver algum dos problemas que são o mote e plano de fundo das loucas viagens de Lucius ao Japão. E se a [falta de] animação consegue até passar pela suspensão de descrença de muitos, as caretas exageradas e fixas de muitos dos coadjuvantes da série [vide a imagem que encerra este artigo] acabam é proporcionando algumas risadas até involuntárias que são a cara desta série que pode ser resumida em excentricamente boa.

Uma adaptação de um manga premiado já é inusitada por natureza – mesmo um Chihayafuru da vida só ganhou seu espaço no ar justamente por ter conseguido previamente impressionar a muitos, imagine algo ainda mais estranho como Thermae Romae [porque convenhamos, a sinopse é no mínimo bizarra] – e quanto esta ainda consegue ter o tempero de uma produção igualmente estranha, poderíamos facilmente temer pelo resultado.

Mas não é o que acontece aqui; apesar de estarmos claramente perdendo um pouco de potencial com a decisão da produção de simplesmente fazer somente uma propaganda barata e rápida do filme, temos em Thermae Romae, o anime, uma simples, diferente e divertida obra que em uma hora e dez minutos de duração consegue passar todo o charme de um mundo diferente lotado de personagens carismáticos e repleto de uma aura toda especial que ao chegar no drama final – e seu discurso que retoma e entrega o mote da série – faz você pensar por que não se fazem mais obras assim.

Claro que Sakamichi no Apollon pode muito bem salvar o noitaminA, mas a impressão que se dá é de que realmente estamos vendo algo que mais e mais torna-se raro e precioso. Deem esse chance a este anime, ele merece!

E quem disse que um anime feito em flash não […]

4 thoughts on “Thermae Romae”

  1. Onde posso baixar o anime? Não achei nem um fansub que tenha traduzido.
    Mais em fim. Ótimo post, eu já estava interessado em ver esse anime, mais agora tenho certeza que não vou me arrepender. Deem uma chance!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *