Guest Post – Jojo no Kimyou na Bouken – JoJo’s Bizarre Adventure – Por Carol Peace Medeiros – Parte 1

Um mangá desconhecido para a maioria dos leitores brasileiros, esse ano JoJo’s Bizarre Adventure (em japonês ジョジョの奇妙な冒険, e para simplificar, em romajin : Jojo no Kimyō na Bōken) completa  25 anos de publicação contínua. É o mangá mais longo a não ganhar uma adaptação televisiva, contando apenas com duas animações diretamente para vídeo.

Em um universo editorial que todos os autores aspiram ver seus mangás se tornando animes de impacto, Hirohiko Araki com seu estilo único, parece apenas querer ver sua história contada, quase como uma conversa de fã para fã – afinal ele mesmo se considera fã de JJBA!

Hirohiko Araki é o autor e desenhista da série que conta com mais de 100 volumes recheados com referências à música (principalmente ao bom e velho Rock and Roll), à Itália, à América e claro, não podia deixar de mencionar o glamoroso mundo da moda, afinal muita gente reconhece o estilo do Araki só de ver as famosas ‘JoJo Dachi’ (literalmente Poses de JoJo).

Então você, leitor que não sabe o que diabos seria JoJo’s Bizarre Adventure, provavelmente ao ler a palavra glamour bem ali deve estar pensando em dar meia volta e parar de ler essa resenha, afinal de glamour e glitter basta os mangá shoujo, certo? Pois bem, você já começou ganhando de brinde a surpresa: JJBA é Seinen, então podem esperar lutas e mais lutas, uma quantidade enorme de plot twits de fazer qualquer um se surpreender e a maior quantidade de personagens awesome & manlys que é possível encaixar numa única obra. E claro, algumas personagens femininas incríveis – que em grande parte são as culpadas por eu gostar tanto de JJBA.

Se você nunca leu JJBA, quem sabe esse artigo desperte a vontade de você fazer isso o quanto antes. Ou talvez aconteça o exato oposto, afinal essas são as aventuras mais bizarras que você já viu! De qualquer forma, aviso aos senhores passageiros que não vamos ter muitos spoilers por aqui… Apertem os cintos e aproveitem a viagem!

ARAKI-QUEM? UM GUIA BIZARRO SOBRE HIROHIKO ARAKI

Nascido em 7 de junho de 1960 em Sendai (Japão) Hirohiko Araki publicou seu primeiro mangá em 1980, sob o título ‘Buso Poker’. Somente em 1982, todavia, com ‘Autoto Man ‘ele conseguiu desenvolver um trabalho com mais cara de mangá – e eis a razão pela qual ele conta os seus 30 anos como mangaká a partir de 1982. Depois de Autoto, Araki publicou ‘Virginia ni Yohroshiku’, ‘COOL SHOCK B.T.’, ‘Baoh’ e ‘Gorgeous Irene’.

Ilustração de Baoh

Em 1987, Araki começou a escrever JJBA, o primeiro arco denominado ‘Phantom Blood’ (Sangue Fantasmagórico numa tradução livre).

Jonathan, Dio e o cachorro Danny

Com um estilo dinâmico, várias mudanças de ângulos e pontos de vista – e mesmo escala – após 25 anos de publicação de JJBA você percebe a evolução do traço do mangaká. Percebam que por ‘evolução’ não se fala que o traço da primeira fase seria ruim, muito pelo contrário. A mudança gradativa do traço de Hirohiko Araki é didática e em certa parte ajuda a compreender as diferenças entre os diversos arcos da história (8 arcos até o presente momento). Contudo, sobre a evolução do traço do Araki iremos conversar numa outra oportunidade – fica aí a vontade de ler mais, não é mesmo?

OK, MAS POR QUE “JOJO”?

Muita gente vê o nome “Jojo no Kimyou na Bouken” e logo o nome “Jojo” desperta uma curiosidade quanto a sua origem. Primeiro, cabe explicar que todos os personagens principais tem algo em seus nomes que leva a assimilá-los como “Jojo” – Jonathan Joestar, Joseph Joestar, Kujo Jotaro, Kujo Jolyne e até mesmo o Josuke Higashikata, já que no caso dele, o ‘suke’ do nome dele pode ser lido como “Jo”, tornando o primeiro nome dele Jojo. E, claro leituras ainda mais estranhas, como no caso do Giorno Giovanna (GioGio?).

Segundo Hirohiko Araki, ele resolveu criar a história dos JoJo’s porque na época filmes do Silvester Stallone e do Arnold Schwarzenegger eram muito populares, ambos eram pessoas extremamente musculosas e sempre atuavam como personagens muito fortes e prontos para lutar. Araki pensou em como seria uma luta entre os dois, como seria uma luta entre os dois seres mais poderosos do mundo? Quem seria a pessoa mais poderosa do mundo era um pensamento que habitava a mente de Araki. Além disso, ele esperava que as pessoas se relacionassem com os JoJo’s por conta da busca humana pela justiça, por isso, queria criar uma descendência forte que realmente demonstrasse todas as qualidades que uma boa pessoa deve ter.

Além disso, a paixão de Araki pela arte Greco-romana fez com que ele tentasse desenhar/construir personagens que estivesse dentro daquele ideal de beleza. E foi justamente assim que a primeira parte de JJBA surgiu. O interesse do mangaká pela Itália somente crescia, freqüentando uma cantina italiana que pertencia ao certo Jonathan-san, ele buscava uma inspiração para escrever algo completamente diferente do que outro artista tivesse tentado antes. Ele queria um nome que conseguisse exprimir essa vontade de luta e o senso de que todas as pessoas podem ser algo melhor. Daí surgiu o nome Joestar.

Acontece que naquele momento, usar um nome estrangeiro para o personagem de um mangá shounen/seinen era um tabu. Ninguém se atrevia a tentar algo do tipo, mas Araki não só tentou como continua nessa linha, bem dizer, até hoje.

Mas e daí? Pois é, dizer que o nome dos personagens principais implica em formar um Jojo não ajuda muito. Lendariamente, diz-se que a maior inspiração para Araki escrever o nome JoJo veio de uma música dos Beatles (muita gente praticamente pula da cadeira quando menciono isso): Get Back.

Jo Jo was a man who thought he was a loner

but he knew he couldn’t last.

Jo Jo left his home in Tucson, Arizona

for some California grass.

YES, that Jo Jo. E se só isso já vai fazer você pensar em começar a ler JJBA, afinal com uma referência dessas deve mesmo valer a pena, bem vindo ao time, afinal foi assim que eu me interessei por JJBA (além do Dio, mas já já eu conto essa história melhor). Apesar disso, Araki argumenta que JoJo é uma referência ao ‘SS’ de Steven Spielberg, oh well, não dá para saber qual das referências seria melhor, então fiquemos com as duas por enquanto.

E isso também não explicou nada, certo? Por que contar a história desses “Jojos”, por que eles são importantes afinal?

Sem colocar os pés pelas mãos, que tal uma introdução a todos os arcos de JJBA? Sem grandes spoilers, eu prometo!

O UNIVERSO BIZARRO DE JOJO

PARTE I: PHANTOM BLOOD

Sem medo de soar redundante, essa é a primeira parte da série JoJo’s Bizarre Adventure; conta  a história do primeiro JoJo, o jovem Jonathan Joestar.

Você gosta de vampiros? Você gosta da Era Vitoriana? Você curte a Era Vitoriana na Inglaterra? Você gosta de pancadaria envolvendo Vampiros na Inglaterra, durante a Era Vitoriana? Parabéns, Phantom Blood (Sangue Fantasmagórico numa tradução livre) vai agradar você!

O plot pode soar meio simplório a princípio, contudo vou usar minhas habilidades – nulas – de roteirista e contar da forma mais simples e direta possível.

Imagine um jovem pobre que adoraria ter toda a riqueza e a opulência que só muito dinheiro pode comprar. Quem sabe esse jovem não seja tão inocente quanto pareça… Esse é Dio Brando, filho de Dario Brando. Dio, recentemente órfão, é adotado por George Joestar, como uma forma de gratidão à Dario Brando, que supostamente salvara George de um terrível acidente (the plot, omg the plot).

Acontece que George já tinha um filho antes de adotar Dio: Jonathan Joestar. Como o bom rapaz que JoJo é, ele tenta de tudo para se tornar um bom amigo para Dio, que pouco contente com essas tentativas faz de tudo (quando digo tudo, acreditem que é tudo) para tornar a vida de Jonathan um inferno. Para Jonathan, isso vai passando de pesadelo a inferno rápido demais: graças às confusões geradas por Dio, (que variam desde destruição de propriedade até enganar os amigos de Jonathan para colocar todos contra o último) George – o pai do JoJo, espero que lembrem – começa a achar que seu filho não é a melhor pessoa para herdar toda a riqueza dos Joestar.

 Passam-se sete anos e George adoece. Claro, como bom filho, Dio dá todo seu tempo em atenção ao seu padrasto. Se em gato escaldado, até chuva dá medo, você já sabe que Jonathan já entendeu que Dio não está com as melhores intenções ali.

Aqui é o momento em que a história realmente engrena e, como prometido, não vou distribuir spoilers graves sobre o enredo aqui, mas já aviso que vão ter vampiros, carnificina e tantas referências à cultura pop que levariam qualquer nerd musical ao delírio.

Apesar disso, posso adiantar um nome bem querido: Will Anthonio Zeppeli. Dono do estranho poder chamado Ripple (波紋- hamon), ele irá ser fundamental na luta de Jonathan contra Dio.

ADENDO ESPECIAL: RIPPLE, STONE MASK, PILLAR MEN & VAMPIROS

Hamon (波紋), também conhecido com Ripple, é descrito em JJBA como sendo uma arte marcial milenar, utilizado nos dois primeiros arcos como poder principal dos heróis.

Ripple da Lisa Lisa

Como descrito, o Hamon foi aparentemente criado para lutar contra os vilanescos “Pillar Men” – seres altamente desenvolvidos cuja maior diversão parece ser deixar a humanidade em maus lençóis. Como os “Pillar Men” criaram vampiros com a Máscara de Pedra (Stone Mask), as pessoas passaram a tentar descobrir formas de se defender das influencias malignas, sobretudo, com o poder do Sol. Combinando o uso da energia solar com as técnicas de luta de cada pessoa, o estilo se torna extremamente versátil e eficaz na luta contra os vampiros, zumbis e outras criaturas não-vivas do universo de JJBA.

As bolhas de sabão do Hamon de Caesar

Cada lutador usa seu estilo, o que faz o ripple variar nas armas, que vão de bolhas de sabão à boleadeiras. Cada lutador vai ter uma técnica mais forte, que chama de “Overdrive”, que torna o objeto em que se utiliza a técnica, letal para qualquer criatura não-viva criada pelos Pillar Men. Isso também pode ser utilizado para destruir oponentes através de paredes, através do teto ou mesmo em trens em movimento (e meu primeiro momento fanboy aqui é gritar GOGO ZEPPELI). Durante as duas primeiras partes de JJBA, explica-se que líquidos ajudam a conduzir melhor o Hamon, podendo fazer seus usuários andar sobre a água, além de outros fatos mirabolantes (escalar paredes no estilo Homem Aranha, GOGO ZEPPELI).

Apesar do Hamon ser uma técnica muito poderosa, ela tem seus pontos fracos. Um usuário de Hamon deve sempre estar respirando corretamente. Caso a pessoa esteja gravemente ferida e não consiga respirar perfeitamente, suas técnicas são diretamente afetadas. Igualmente, se a temperatura corporal do usuário de Ripple estiver muito baixa, ele não conseguirá produzir perfeitamente o efeito do Hamon.

OK. Agora fale desse negócio de Máscara de Pedra, Vampiros, Zumbis e os tais Pillar Men. Calma, calma, eu já estava chegando lá!

Ora, para quem ainda não percebeu, em certo ponto Dio Brando se tornou um vampiro. Mas como isso? Simples, através de uma Stone Mask. A Stone Mask eram originalmente conhecidas apenas por astecas que tinham um culto secreto sobre vampiros e vida eterna. Cars, um dos Pillar Men, querendo fazer com que sua raça pudesse andar de dia, mesmo com luz solar a toda, criou a Stone Mask como forma de se proteger. Contudo, não ocorreu como ele esperava: a Máscara de Pedra só conseguiam transformar humanos em vampiros.

Em algum momento do século 19, a Máscara foi descoberta numa escavação e Jonathan Joestar começou a estudá-la. Sem saber do que ela se tratava, começou a pensar em várias teorias que serviram apenas para fazer com que Dio se interessasse pela tal Máscara. Pensando em usá-la contra Jonathan, Dio a testa em uma pessoa e descobre que na verdade ela serve justamente para transformar humanos em vampiros. Durante sua luta com os Joestar, Dio apunhala George Joestar para ativar a Máscara e se tornar um vampiro (ou melhor “O Vampiro”, já que de longe ele se torna o único a realmente a ter sucesso nisso), que consiste em dar-lhe a habilidade de controlar todo o poder físico de seu próprio corpo e deixá-lo num estado que pode ser descrito como “morto” – morto-vivo, já que o corpo fica “morto”, mas o vampiro persiste “vivo”.

A Máscara de Pedra em posse de Dio

E então você entendeu o conceito de “vampiro” para JJBA, mas não entendeu o que diabos são os Pillar Men.

Os Pillar Men serão o foco central da segunda parte (Battle Tendency), contudo, mesmo assim vale escrever aqui sobre eles. Os Pillar Men (será que a tradução Homens Pilar vai soar ofensiva? De qualquer forma fica a tradução livre aqui) são 4 entidades poderosas que vão ser os vilões principais na segunda parte de JJBA.

Os Pillar Men

Eles fazem parte de uma raça antiquíssima de humanos que era extremamente inteligente e poderosa, que dominava a raça humana inferior. Depois de uma guerra entre a raça inferior e essa suposta raça superior, apenas quatro Pillar Men sobreviveram (Santana, ACDC, Wham e Cars), que, na esperança de reinar soberanos novamente, criaram as Máscaras de Pedra para sobreviver à luz solar – e essa parte da história você já conhece! O que você não sabe ainda é que eles descobriram que através da Pedra Vermelha Asiática (Red Stone of Asia) eles poderiam evoluir e tornarem-se de fato a raça mais poderosa. Sem encontrar a lendária Pedra, eles entraram em hibernação por 2000 anos, se transformando em grandes pilares de pedra (Dái o termo Pillar Men. Brincadeiras linguísticas, damn you Araki).

OUTRAS MÍDIAS RELACIONADAS:

Esse arco conta com um jogo para Playstation 2 lançado pela Bandai. Bem, como é complicado conseguir o jogo no ocidente, você pode visitar esse perfil no youtube e ver o walkthrough completo do jogo.

Além disso, possui uma versão para cinema, que só foi lançada no Japão em 17 de fevereiro de 2007. Vejam o trailer com legendas em inglês abaixo.

PARTE II: BATTLE TENDENCY

Essa é a segunda parte de JJBA, Battle Tendency (戦闘潮流, Sentō Chōryū, ou ainda, “Tendência a Batalhas” numa tradução completamente livre).

Inicialmente, recebeu o curioso título “Dai Ni Bu Joseph Joestar: Sono Hokoritakaki Kettō” (第二部 ジョセフ・ジョースター ―その誇り高き血統―, podendo ser traduzido como “Parte 2 Joseph Joestar: Sua Linhagem Altiva”).

Seguimos a história de Joseph Joestar, neto do Jonathan Joestar, nos anos 30 do século 20. Nesse momento a situação é desesperadora, afinal a Terra foi praticamente tomada por vampiros, graças aos Pillar Men. Contra a ameaça vampiresca, Joseph vai contar com a ajuda de Rudolph Von Stroheim (um nazista cibernético, yep, for real, não estou exagerando) e Caesar Antonio Zeppeli (o Italiano boa pinta que também usa Hamon).

A história começa com Joseph, que mora com sua avó Erina em Nova Iorque, aprendendo a lidar com seus poderes de Hamon. Enquanto ele aprende como funcionam seus poderes, recebe a notícia que um velho amigo da família, Speedwagon, foi declarado como morto por ter desaparecido no México. Após um vampiro atacá-lo em Nova Iorque, JoJo sofreu decide-se por ir ao México para ver o que de fato está errado com tudo nesse mundo, afinal, talvez  Speedwagon fosse o único que tivesse uma resposta.

No México JoJo descobre que um grupo Nazista está tentando criar uma raça perfeita – qualquer semelhança com a realidade não é mera ficção – através dos Pilares de Pedra que eles encontraram. Eles conseguem reviver um dos Pilares, Santana, que, como agradecimento, mata quase todos os nazistas presentes no lugar. Sobra para JoJo e seu recém aliado Stroheim lutar contra Santana, o que resulta em algumas perdas graves no caminho. Após desse episódio, Joseph segue para Roma, ao ser informado que outros três Pilares haviam sido encontrados.

Em Roma, Joseph encontra Caesar Antonio Zeppeli (descendente de William Antonio Zeppeli que fora amigo do avô de Joseph, Jonathan), com quem inicialmente não se dá bem. Entre muitas discussões e brigas, Caesar termina ajudando Joseph a lidar melhor com a técnica Riddle, apresentando-o a Lisa Lisa, sua mestra. JoJo também termina por conhecer a bela Suzie Q, protegida de Lisa Lisa e o maior interesse amoroso de Joseph na série.

Lisa Lisa, Caesar e JoJo

JoJo, treinando com Lisa Lisa, descobre que a maior fraqueza em sua técnica era a sua respiração: talvez por ser extremamente energético, Joseph nunca tinha dado atenção a maneira com a qual lutava, apenas seguindo seus instintos. Com a ajuda de Caesar, que se demonstrava bem mais controlado e seguro sobre o uso do Hamon, JoJo finalmente consegue entender o verdadeiro fundamento da técnica, que é bem mais do que simplesmente lutar.

A derradeira luta contra os Pillar Men

Daqui por diante a situação fica cada vez mais tensa, porque os três Pillar Men restantes (ACDC, Wham e Cars) despertam e a luta, postergada por anos, recomeça.

PARTE III: STARDUST CRUSADERS

Stardust Crusaders (スターダストクルセイダース) é o terceiro arco das aventuras dos JoJos. Conta com 16 volumes e é considerada a série mais popular de JJBA até hoje, contando com algumas versões para vídeo game e com a única versão animada da série (possui um OAV com 13 episódios)

Inicialmente, recebeu o título “Dai San Bu Kūjō Jōtarō: Mirai e no Isan (第三部 空条承太郎 ―未来への遺産―, literalmente “Parte 3 Kujo Jotaro: A Linhagem para o Futuro”).

Agora, a história é contada a partir do ponto de vista de Kujo Jotaro (空条 承太郎), o neto rebelde de Joseph Joestar. Com toda a pinta de bad boy, Jotaro vive de brigas com professores e colegas de escola. Claro que isso não significaria nada se não fôssemos apresentados a ele quando ele está preso (!) depois de ter agredido uma gangue armada e um lutador profissional de boxe, de mãos completamente limpas. Você provavelmente deve estar pensando que Jotaro começou a bolar um plano para sair dali e você está completamente enganado!

Jotaro pensa – seriamente – que está sendo possuído por um espírito ruim e que por isso está mais seguro na cadeia. A fim de demonstrar que o “encosto” estava ali, Jotaro chega a atirar contra a própria cabeça e o dito espírito ruim, para a bala antes que acerte o rapaz – para delírio da mãe de Jotaro, Holly. Para resolver a confusão, Joseph pede a seu amigo, Mohammed Abdul, que venha explicar a Jotaro que na verdade o tal espírito se trata de um Stand. Os dois terminam lutando, o que resulta em Abdul manifestar seu próprio Stand, Magician Red (Mago Vermelho) que o ajuda a controlar o fogo. Jotaro dá ao seu Stand o nome Star Platinum (Estrela Platina), que é extremamente ágil e poderoso para ataques diretos. Joseph explica ao neto sobre a história do Hamon e como seu poder evoluiu para o seu Stand. Hermit Purple (Eremita Roxo) que traduz basicamente numa evolução do poder de visão remota, que geralmente se manifesta em câmeras (ou outros tipos de geradores de imagem) formando figuras de pessoas ou coisas que estão extremamente distantes.

Joseph explica a Jotaro que esses Stands se manifestaram porque Dio Brando estava vivo. Graças ao fato de Dio ser um vampiro, o vilão conseguiu tomar o corpo de Jonathan, causando uma perturbação em toda linhagem Joestar. Joseph mostra que Dio também possui uma marca na pele em forma de estrela, que conecta todos os Joestar. A vingança de Dio seria destruir toda a estirpe dos Joestar e ele não desistira disso, agora que estava ainda mais perto de consegui-lo.

Em seu intento de matar Jotaro e Joseph, Dio envia Noriaki Kakyoin, um estudante que igual aos JoJos possui um Stand: Hierophant Green (Hierofante – ou ainda Sacerdote – Verde). Dono de ataques a longa distância e da habilidade de “possuir” hospedeiros, Kakyoin luta contra Jotaro ferozmente, sendo, contudo, derrotado pelo último. Após sua derrota, Kakyoin desfalece e é revelado que na verdade ele estava sendo controlado por Dio. Por conta disso, Joseph insiste que eles devem socorrer o rapaz – que termina sendo uma peça fundamental para o grupo.

ADENDO ESPECIAL: STANDS! (Mas onde foi parar o Hamon?)

 “O que você vai fazer agora? Você não pode mais usar o Hamon!” Essas frases despertaram em Araki a vontade de criar outra possibilidade de poderes. Como ele mesmo menciona, ele esperava ver algum soco sendo lançado detrás de seus personagens, como se o vento estivesse socando o oponente ou algo do tipo. Dessa ideia mirabolante surgiu o conceito dos Stands.

O Stand seria quase como o “guardião espiritual” do seu “hospedeiro” – a quantidade de spas aqui é proposital, já que uma explicação certeira de um Stand é deveras difícil. O nome Stand derivou da expressão americana “standing by”, ou seja, estar junto do usuário. Cada Stand tem uma gama de poderes diferenciados que usa para proteger seu dono e, por conseguinte, proteger a si mesmo.

Para limitar esse grande poder, Araki descreveu o que seriam as regras dos Stands.

  • Cada pessoa só pode ter um Stand, mas este pode evoluir com o tempo.
  • O Stand é parte de seu hospedeiro, por isso, a maior parte deles ao se ferir, reflete o ferimento ao seu dono.
  • Um Stand só é visto por uma pessoa que também tem um Stand, a menos que o Stand esteja conectado a um objeto (no caso de Stardust Crusaders, A Força e A Temperança Amarela caem nesse tipo).
  • Quanto mais distante de seu dono, mas fraco ficará o Stand.
  • A maior parte dos Stands não tem objetivos, digamos, pessoais. Mas claro, para essa regra existem, alguns Stands tem personalidade própria, outros ao perder o mestre ficam completamente em berserk… E mesmo Stands que tem seus próprios motivos para lutar.

Os Stands se tornaram uma das grandes atrações de JJBA e, por conta disso, a grande quantidade de Stands tende a ser mais um fascínio do que uma forma de afastar novos fãs da série. Muitas pessoas se perguntam de onde aparecem tantos seres e poderes bizarros, mas para Araki, a criação dos Stands é a maior diversão dele em JJBA.

OK MAS… E O RESTO DA HISTÓRIA?

Claro que você, leitor, percebeu que faltou contar o resto da história.

Com toda a situação dos Stands e a notícia que Dio está vivo e pronto para terminar sua vingança contra os Joestar, Holly Kujo (a filha de Joseph e mãe do Jotaro, claro) adoece, revelando que havia sido possuída por um Stand relacionado ao Dio.

Se eles não conseguissem derrotar Dio em 50 dias, Holly morreria. Com a ajuda do Star Platinum, o grupo consegue descobrir que Dio está em algum lugar do Egito, e a única forma de conseguir livrar Holly do cruel destino é encontrá-lo – e logo!

Jotaro, Joseph, Abdul e Kakyoin (que agora estava junto do grupo) seguem para o Egito. No caminho, todavia, enfrentam outro peão de Dio: Jean Pierre Polnareff, com seu Stand Silver Chariot (em tradução condizente com a carta de Tarot, Carro Prateado). Polnareff usa as habilidades como espadachim para tentar derrotar Abdul que, já sabendo que provavelmente Dio estava controlando a mente do francês, consegue derrotá-lo desfazendo o encanto de Dio.

Arrependido, Polnareff também se junta ao grupo de Jotaro a fim de encontrar Dio e vingar sua irmã.

O grupo segue caminho enfrentado vários outros comandados de Dio. As batalhas são bem intensas e, sem querer conceder spoilers graves, em certos momentos você se pergunta se os vilões menores não são forte demais. As lutas são complicadas, Jotaro, Joseph, Abdul, Kakyoin e Polnareff muitas vezes se vêem as voltas com a morte. Mas tudo seria recompensado quando eles encontrassem Dio para – finalmente – derrotá-lo.

No meio do caminho para onde encontrariam Dio, o grupo recebe mais um componente: o Boston Terrier Iggy, que usa o Stand The Fool (O Tolo). O cachorrinho é bastante temperamental, mas prova ser um importante componente do grupo dado o poder de seu Stand (basicamente controlar a areia de formas um tanto absurdas, fazendo Iggy até mesmo voar).

Completo o grupo, agora eles tinham que encontrar Dio e derrotá-lo. Mas essa tarefa se demonstraria quase impossível dados os poderes inimagináveis de Dio e de seu Stand The World (Sim, o memético ZA WARUDO, ou como na carta, O Mundo).

A luta da Vida deles está preste a começar e todas as cartas já estão na mesa. Será Jotaro e sua equipe capaz de derrotar o maléfico vampiro Dio Brando?

Ah, isso você só vai saber quando ler a terceira parte de JJBA!

OUTRAS MÍDIAS RELACIONADAS:

Talvez por ser a parte mais famosa e querida de JJBA, Stardust Crusaders possui bastante material disponível.

Stardust Crusaders conta com duas séries produzidas diretamente para vídeo (OVA, se preferirem o termo).

A primeira série conta com seis episódios. Foi produzida em 1993 pelo Estúdio APPP, relatando somente a parte final do mangá, ou seja, as lutas que levam até o derradeiro encontro com Dio.

Em 2003, o Estúdio APPP lançou a prequel, com sete episódios, que agora contava o início da história de Stardust Crusaders.

Em 1997 a Capcom lançou um jogo baseado em Stardust Crusaders, deselvolvido pelo mesmo time que havia responsável por Street Fighter III.

Inicialmente, contava apenas com a versão Arcade para CPS-3, sob o nome Jojo’s Venture. Em 1999, lançou-se a versão atualizada do jogo, JoJo’s Bizarre Adventure: Heritage for the Future, que foi a versão que realmente ganhou fama, sendo inclusive lançada para Dreamcast e Playstation.

O jogo combina o visual inspirado em anime que se vê em Darkstalkers com os personagens de JJBA, o que cria um visual cheio de estilo próprio. Além das barras de energia e do gameplay comum aos jogos de luta da Capcom, o jogo conta com o Stand Mode, que eprmite que os personagens chamem seus Stands ao controle do jogador, o que gera várias novas possibilidades de ataques.

Combo ZA WARUDO. Não tem como não querer jogar depois de ver esse vídeo!

Além dessa versão jogo de luta, Stardust Crusaders também conta com uma versão RPG para Super Nitendo, produzida em 1993 pela Winkysoft. Particularmente, nunca vimos esse jogo, apenas a versão de luta – que é ótima, procurem ~ – então não sei bem como opinar a respeito desse jogo.

Pois bem, aventureiros bizarros, chegamos ao fim da primeira parte dessa matéria (despretensiosa) sobre Jojo no Kimyou na Bouken. Se até agora vocês gostaram das aventuras dos JoJos, vocês com certeza vão aprovar o que está por vir.

Seguindo a história de Jotaro, iremos conhecer o Japão como visto por Josuke Higashikata. Depois iremos voltar para Itália acompanhados por Giorno Giovanna. E encontraremos uma aventura ainda mais bizarra junto com a filha de Jotaro, a senhorita Kujo Jolyne. Se você – assim como eu – já está pronto para continuar essa jornada, continue acompanhando aqui no Gyabbo! as Aventuras Bizarras dos JoJos.

See ya, guys~

Mas espere! Em um addendum especial, se você quiser saber todos os detalhes sobre os Stands siga para a segunda página deste post!

Um mangá desconhecido para a maioria dos leitores brasileiros, esse […]

27 thoughts on “Guest Post – Jojo no Kimyou na Bouken – JoJo’s Bizarre Adventure – Por Carol Peace Medeiros – Parte 1”

  1. 無駄だ
    無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄無駄
    ザワルド
    時をとまれ
    WRRYYYYYYYY

    Confesso nunca ter lido, mas AMO os memes vindos de JoJo’s

  2. Não li tudo, só bati o olho mas gostei bastante. Achei que por ser a Peacemaker que tá escrevendo ia se focar só na JOJOFAGUISSE (LOL, pq tem gente que ACHA que gosta de JoJo mas só quer fanficar yaoi mesmo) da série. Mas ficou legal, só não gostei de ver certos termos em inglês (Pillar Men, Battle Tendencies) sendo que não são assim na série, mas é pq eu sou xiita =PP

    E faço coro ao MUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDAMUDA TOKIWOTOMAREEEEEE ZAAAAAAAAWAAAAAAAAAARUDOOOOOOOOOOOOOO WRYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY!!! Tentem gritar isso, é muito foda e divertido rs

  3. Eu já achava esse mangá meio estranho, mas agora eu não tenho mais nenhuma dúvida: É o mangá mais estranho q eu já vi na vida!!!

  4. eu baixei o primeiro volume e pra falar a verdade ele me incomodou muito em alguns aspectos(q não me lembro muito bem, jah faz bastante tempo q li) mas entre eles estavam o traço: simplesmente não consigo gostar. D=
    mas confesso q era impactante. Você fica preso na hst msm, pula de um capitulo pro outro q nem bala xD infelizmente não continuei a ler por birra msm… ^^’
    vou ver se recupero a leitura dps desse texto, realmente muito bem feito, gostei demais! ^^

  5. Sempre achei Jojo’s um tanto style, daí vi os primeiros OVAs lançados a mto tempo atrás e adorei. Mas como tinha MTO mangá acabei desistindo de ler. Joguei o jogo da Capcom e para quem era fã de Darkstalkers foi uma delícia jogar XD

    Com esse guia acho que fica mais fácil ler a parte que me interessa mais, do Stardust Crusaders. Boa postagem, parabéns mesmo!

    PS: Considero Jojo’s pai intelectual de Persona e Shaman King, já que os Stands se assemelham aos personas e espíritos vindos posteriormente nestas obras.

  6. Confesso que nunca tinha ouvida falar no titulo e me parece ser bem interessante. Vou procurar para ler!!! E no aguardo da segunda parte da materia!!!

    1. Ainda estão na metade do mangá, na traduçao BR. Mas em ingles já foi tudo traduzido. Como o grupo BR de scanlation é muito ruim em questão de prazo, pois não se sentem pressionados em lançar rapido um manga antigo (ao contrário de um grupo que lança Naruto/OP/Bleach etc), eu recomendo partir para inglês logo. Há uns 50 vols para traduzir, e eles não tem chance de completar isso nem em 4 anos.

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