K-ON! – O filme

Um dos maiores sucesso recentes da animação japonesa – pelo menos nas vendas, visto que divide opiniões entre o fandom (atualizando: os discos desse movie já venderam mais de 140 mil cópias) -, a série K-ON! recebeu em Dezembro do ano passado, o após o sucesso de duas temporadas que juntas contabilizaram 39 episódios e dois OVAs, seu primeiro longa-metragem, sendo lançado apenas em Julho desse ano em DVD/BD para finalmente poder ser visto pelo público ocidental.

Conforme você pode ler no meu post de conclusão para a segunda temporada da série, eu sou um verdadeiro fanboy de K-ON! e por isso o filme estava sendo muito aguardado por aqui, assim que saiu virou prioridade máxima e na última semana pude finalmente assistir aos 109 minutos desse longa-metragem.

Valeu a pena? Vejamos…

A primeira coisa a dizer é que sim, você precisa ter visto a série para ver o filme. Na verdade esse longa se encaixa entre os últimos episódios da segunda temporada, após as quatro mais velhas – Ritsu, Yui, Mugi e Mio – conseguirem passar para a mesma universidade e os dias que antecedem as suas graduações, finalizando o ciclo escolar. Muitos diálogos fazem referência a coisas que aconteceram na série, nos OVA e nos episódios especiais, então é realmente difícil encarar o filme sem levar em conta suas ligações.

Assim, temos aqui o que poderíamos dividir em três partes: A ideia e as preparações para uma viagem à Londres como comemoração pela graduação das senpai; a estadia propriamente dita das garotas na capital inglesa; e por fim o retorno para finalmente se graduarem e darem adeus ao clube de música leve, tudo isso cercado pela preparação de uma surpresa para a pequena Azusa que irá ficar sozinha a partir do ano seguinte.

É justamente essa divisão mecanizada entre as três partes do filme que acaba diminuindo o seu valor. Se em episódios de 20 minutos o ritmo relaxado do clube de chá funciona entre um acontecimento mais interessante e outro, além de ser divertido de acompanhar como um carismático slice-of-life, no filme, especialmente por se tratar do terço inicial, acaba sendo uma experiência arrastada e entediante.

Posso dizer que parei algumas vezes para ir beber água, pegar algo para comer etc, até que finalmente elas vão para Londres e o ritmo mais acelerado dos acontecimentos dão um dinamismo melhor e mais divertido para o filme. Se as cinco garotas conseguem fazer grandes maluquices a maior parte do tempo dentro de uma sala escolar, imagine o que podem fazer sozinhas em uma cidade como Londres!

E é nessa parte que também começa a brilhar a qualidade técnica do estúdio Kyoto Animation. Se em séries a qualidade de animação já impressiona – como na própria série de K-ON! ou na atual Hyouka – em um longa-metragem, com um investimento financeiro bem maior (possivelmente contando com bons patrocínios vide as diversas marcas que aparecem), é arriscado, mas possível dizer que só pela experiência visual o filme já vale a pena.

É perceptível o esmero da equipe técnica em reproduzir com todos os detalhes possíveis uma cidade tão rica em detalhes como é Londres – o que incluiu viagens da diretora Naoko Yamada à cidade -, ainda mais em uma obra onde as personagens estão basicamente fazendo turismo, o que obriga-os a mostrar os pontos mais clássicos da cidade, como o Big Ben, a Abbey Road, os seus táxis pretos, os ônibus de dois andares, o famoso London Eye… a lista é grande, mas pode ter certeza que isso já vale assistir uma segunda vez para se deliciar com os detalhes e com a belíssima fotografia da obra.

Desde a chegada das garotas à cidade londrina muitas coisas vão acontecendo, como elas serem confundidas com outra banda de garotas japonesas e terem que se apresentar em um restaurante de comida japonês recém-aberto depois de concordarem com tudo por não entenderem direito o inglês.

E é nessa sucessão de acontecimentos que as “aventuras” das garotas vão acontecendo, sempre daquela maneira idealizada onde, claro, tudo vai dar o mais certo possível, desde encontrar com amigas de outras bandas por acaso, até a ida da professora Sawako para acompanha-las em uma apresentação de um festival sobre a cultura pop japonesa. Como ironiza Joshiraku, da forma como era na série, o filme de K-ON! é uma bela obra para assistir e relaxar enquanto acompanhamos essas garotas se divertem fazendo coisas simples, mas carismáticas.

Até por isso a necessidade de ter visto a série antes: Muito da graça do filme de K-ON! está em acompanhar essas garotas fictícias que você já possui uma simpatia pelo longa caminho dos mais de 40 episódios se contado os OVAs e especiais.

Por fim as garotas voltam ao Japão para seus últimos dias escolares, e apesar de não ter o mesmo ritmo e graça que a parte em Londres, esse último terço mantém o nível mais elevado para terminar bem o filme, diferente do seu começo também na escola.

A Houkago Tea Time faz uma apresentação na própria sala de aula, um extra muito interessante para compor o desfecho da vida escolar das garotas e adicionar mais material para os fãs. Aqui sincronizam-se os acontecimentos, com cenas que já vimos nos últimos episódios da série, tendo novamente, mas com cenas diferentes, a apresentação exclusiva para Azusa da música “Tenshi ni Fureta yo“, uma forma que as garotas que estão se graduando acharam para expressar seu carinho pela “mascote” da banda, algo que é explorado durante todo o filme e serve como sua linha central.

Apesar de fracassar ao tentar emular o ar de despedida que o episódio final da série consegue fazer com maestria, seu final trás novamente ao fã um sentimento de que algo chegou ao fim. Respondendo à pergunta do início desse post, sim, valeu à pena, mas com menos intensidade do que o esperado.

K-ON!, o filme, apesar do começo lento, é certamente um material obrigatório para todos os fãs da franquia. Da mesma forma que a segunda temporada, possui seus momentos de brilhantismo e seus momentos mais fracos, mas é um bom material e consegue não ser simplesmente só mais um fanservice para ganhar dinheiro em cima de um fandom gigantesco, adicionando material interessante para a história dessas garotas que – queira você ou não – marcaram sua história na indústria dos animes.

Quer ler outra opinião? Dê um pulo no blog parceiro Anikenkai que também comentou sobre este filme, AQUI.

Um dos maiores sucesso recentes da animação japonesa – pelo […]

28 thoughts on “K-ON! – O filme”

  1. Basicamente um filme que passa 1 Hora e 50 Minutos de filme mostrando garotinhas bonitinhas interagindo entre si. Nada de diferente apresentado num MOE-GE padrão mas como a Kyoto Animation é profissional ela fez esse MOE-GE irritante se destacar da maioria e fazer um grande sucesso.

    K-On! para quem busca algo focado no moe vai encontrar isso com K-On! so que diferente dos padrões ele se tornou o rei neste aspecto. Resumindo é mais uma serie moe onde garotas fazem poses fofinhas e agem como burras para alegrar os japoneses que tem medo de sair de casa, mas que não tem medo de se libertar do vicio.

    1. Se precipitou. E muito, fazendo este comentário. Se você assistiu o anime completo, tenho que dizer, não capturou a essência deste. E se não assistiu inteiramente, seria ainda pior comentar.

      K-ON, principalmente sua segunda temporada, mostra um belíssimo “Coming of Age”, e seus últimos episódios trazem diversos sentimentos à tona, muito mais que garotas Moe, com diversas coisas fofinhas. Vai EXTREMAMENTE além disso.

        1. Como disse, se você assistiu o anime por completo, não capturou a essência deste. Há belas mensagens que o anime passa, mas é para um certo público. E não são fãs de Moe. É um outro público.

          1. Soube que a segunda temporada não foi muito boa, sendo salva pela protagonista.
            (Sim. As palavras utilizadas são pela distância que tenho desta série.)

          2. Sinceramente eu não gosto desse tipo de discussão. Todo mundo tem seu gosto por entretenimento, não vejo o motivo de criar justificativas para explicar por que o cara não gostou da historia. Da mesma forma que me irrito com a justificativa de fans de ecchi quando o anime é ruim e eles mandam você ler o manga.

            E mesmo se eu capturar ou não essa “Essência” que você diz não quer dizer que necessariamente eu irei gostar da serie.

          3. Exato. Eu também não gosto desse tipo de discussão, além de respeitar sua opinião. Só não concordo com o resumo “é mais uma serie moe onde garotas fazem poses fofinhas e agem como burras para alegrar os japoneses que tem medo de sair de casa”, pois não é apenas isso. Sobre gostar ou não, sobre seus pensamentos em relação a série, é algo completamente pessoal e não tenho o direito de contestar. Vamos parar por aqui. =)

      1. Hatter na internet basicamente é o cara que odeia algo e um determinado assunto, basicamente não suporta nem ver aquilo. No caso de K-On! vi a primeira e a segunda temporada e baixei o filme, basicamente não entro nesse rotulo de hatter.

        Fan na internet basicamente é o cara que ama muito algo, quando é algo mais extremo esse termo é agravado para fanboy onde é o cara que ama aquilo bastante a ponto de não escutar criticas e odiar pessoas que criticam o que ele gosta.

        Então vou falar a mesma frase que você falou para min.

        Haters Gonna Hate

        1. Não vi crítica nenhuma, vi apenas que você não gostou….chamando de Moe e tal. Crítica, a meu ver, é construída a partir de argumentos, levando aspectos da estrutura daquela narrativa. Roteiro, fotografia, enredo, animação, traço, desenvolvimento dos personagens, relação deles, etc…Você apenas disse “É moe com garotas fofas, então é ruim”, o que não pareceu uma crítica muito boa, a meu ver.

          K-on é visualmente muito bonito, mais que grande parte dos animes já feitos. Também é algo descontraído e sem compromisso, almeja ser divertido, porém suave.

          Assim como Diogo Prado disse no blog dele, http://www.mbbanikenkai.com/?p=3953 , K-on é diferente de outros slice of life como Lucky Star e Azumanga Daioh por não focar tanto na comédia mas sim na relação e amizade das personagens, uma vez que sua interação ao decorrer do anime é o seu foco.

          Outro ponto, você disse que as personagens “agem como burras”, e isso está errado, cada uma possui uma personalidade e age como tal. Por exemplo, a Yui é boba, inocente, mas fala o que é preciso na hora certa e cria uma ligação forte entre as personagens, onde já vi isso? Goku, Luffy, Naruto…muitos Shounens usam essa personalidade nos protagonistas, e isso não os torna ruins. Outro personagem, a Ritsu, ela é brincalhona e gosta de fazer palhaçadas, mas age consciente, ou seja, não é boba, é apenas uma pegada cômica no anime. Já a Mio é esperta, medrosa e fofa, vê, cada uma é diferente, não são todas “burras e fofas”.

          Aceito críticas, sou fã de K-on e não acho ele o melhor anime do mundo, mas é um dos meus favoritos por me agradar, mas não por ser perfeito. Já falar que é ruim por ser moe e ter garotas fofas soa bem mais como alguém que simplesmente não gosta e não liga para as qualidades, ou seja, um hatter ;/…

          1. Posso até falar os pontos negativos, mostrando como sou fã, mas reconheço alguns contras.

            Não possui uma narrativa continua, o anime é feito de pequenas historinhas que vão aparecendo ao longo da trama, o que faz não ter um plano de fundo e um objetivo maior, além de se divertir, tomar chá e tocar música.

            As personagens não se desenvolvem muito, elas começam com suas características e terminam o anime quase que da mesma forma, apenas é trabalhada as suas personalidades ao longo da trama. O máximo de desenvolvimento que K-on possui é o fato da Yui aprender a tocar guitarra e a Mio perder um pouco a vergonha de aparecer no palco, fatos que são pouco focados. De resto, a interação das personagens é o que é trabalhado.

            O anime não possui também muitos Plot twists, uma vez que não existem conflitos muito significantes na trama, o máximo que existe é uma das personagens esquecer algo, quebrar algo, ou a Yui cortar o cabelo errado (kkkk), coisas simples e que não vão mudar o rumo da trama.

            Esses são os problemas que encontrei, os quais na verdade são apenas características do anime e que devem agradar a alguns (como eu) e desagradar a outros.

            1. Não sei para que você esta perdendo o seu tempo nessa discussão. O que eu apliquei não foi uma critica e sim uma opinião.

              Se eu sou hatter ou não isso é problema meu, se você se ofendeu com a brincadeira de eu chamar as garotas de K-On! de burras isso é problema seu, eu não tenho nada a ver com isso.

            2. Não acho perder tempo refletir sobre algo que gosto. E já disse isso, não fiquei ofendido, frustrado ou bravo com o que você disse, apenas levantei argumentos baseado na minha opinião para discordar da sua, afirmando que ela está errada, K-on não é apenas moe e bobeiras. Você apenas não gosta, por não fazer seu gosto, o que é aceitável, mas não entendo porque você viu, sendo que você aparenta não ter gostado. Veja aquilo que lhe agrada, se não gostar de algo, drop, te dá mais tempo para assistir o que gosta. Já se quiser ver para discutir sobre o tema, tudo bem, mas ai você deveria apresentar argumentos para responder minha mensagem e não dizer que ela é perda de tempo kkk…

              E outracoisa, você tem a ver com isso sim, no momento que você faz um comentário eu posso retrucá-lo, você querendo ou não, ai se você quiser responder e continuar o diálogo tudo bem, se não, tudo bem também.

              PS: não estou bravo, escrevi isso na maior calma do mundo….bem ao estilo Mugi de ser ahuhahahuahu

    2. Ah, de onde você tirou esse estereótipo de “japoneses que tem medo de sair de casa”? Do mesmo lugar que tiram “quem assiste anime é criança”? Usar estereótipos para que consome algo é estúpido :x…

        1. Não me irritei, só achei que você usou um estereótipo sem sentido. Eu sou fã de K-on, e saio de caso e tenho vida normal. Muita garotas também são fãs de K-on, talvez até na mesma ou maior proporção que homens.

            1. Não to levando a sério, já disse, não me irritei, não levei pro pessoal também não, apenas disse que fãs de K-on não são assim. To sussa.

  2. Eu ainda gosto de interpretar as músicas de finalização como Singing! Como o verdadeiro final da série, onde as garotas se tornaram finalmente uma banda famosa, com clipes super legais.

  3. Adorei o filme! Sou fanboy de K-On!, também, e não me incomodo nada que a música seja apenas uma pequena parte da série – pelo contrário, eu gosto assim, é a sua essência: nada! É uma série sobre nada. Claro que adoro o plot e a parte musical, provavelmente nem me agradaria sem ela. Mas gosto da importância que tem, não queria nem mais, nem menos. Só há uma coisa em todo o anime (algo que, com certeza, não me incomodará quando ler o mangá xD) é a Yui a cantar. Eu adoro todas as seiyuu e todas elas me parecem cantar bem – pelo menos a Mio, que canta muito, muito bem; nunca tivemos a oportunidade de ouvir assim um grande solo de outras personagens para além da Yui e da Mio -, à exceção da Yui. Ela não desafina, nada disso. Não é nada que custe ouvir ou que soe mal. Não canta sem profissionalismo, cumpre bem o seu papel. Mas aquela voz “de anime” que eu tanto gosto de ouvir quando ela fala, a voz-marca da Yui, fica mal quando canta! Quer dizer, comparemos com a Mio! A Mio realmente canta, e muito bem, é música que eu tenho no meu telemóvel e se fosse ao Japão compraria, com todo o prazer! Mas a Yui… é a minha personagem favorita, adoro a voz dela quando fala, a seiyuu faz um trabalho excelente e não a trocaria por nada, se pudesse. Só gostava que cantasse bem, com um timbre normal e não um timbre “animizado”. Provavelmente a seiyuu sabe cantar bem, já que não desafia nada, mas aquela voz de anime não me convence. Não me dá prazer ouvir um “Fwa Fwa Time” com uma voz sem… sonoridade? Já os EDs de K-On!, cantados sempre pela Mio, são excelentes, venero-os xD

  4. Eu adorei o filme, quiz chorar umas 4 vezes mas só chorei mesmo no final e fiquei cantando fuwa fuwa times (a segunda música dos crédito XD). Eu achei incrível pq o filme não tem uma história muito complexa, não aconteceu muita coisa no filme: era a simples história slice-of-life de K-ON de sempre, mesmo assim conseguiu fazer eu me emocionar tantas vezes. Enfim, adorei o filme acho incrível uma história tão simples ser tão bem escrita ^^

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